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Origem do ICEIA

&  Origem do ICEIA

Influência Europeia
A partir das ideias iluministas e da revolução francesa, a educação passou a ser considerada como um dever social do Estado. Decorre daí que, em alguma instância, deve haver a preocupação com a formação oficial de professores.
A primeira instituição para preparação de professores elementares na Europa foi, possivelmente, o Instituto dos Irmãos das Escolas Cristãs, fundado, em 1684, por Jean Baptiste de la Salle, começando a funcionar logo no ano seguinte. Suas ideias e métodos educacionais são revelados na obra "A direção das escolas", publicada pela primeira vez em 1720. Substituíram o método de instrução individual predominante, então, pelo de ensino simultâneo ou de classe. A regra mais importante para os alunos era a de manter silêncio; sinais substituíam ordens, castigos substituíam repreensões; houve um grande desenvolvimento do trabalho escrito, mas eram muito utilizadas as restrições e repressões à criança.
No século XVIII, alguns déspotas esclarecidos começaram a se preocupar com a educação do povo e com a consequente formação de professores. Frederico II, da Prússia, terminada a guerra dos sete anos (1763), proclamou uma nova lei escolar, preconizando o ensino obrigatório e fundando uma escola normal.
Com a revolução francesa, que objetivava acabar com os antigos privilégios de nobres e do clero, a educação passou a ser considerada como um dever social do Estado e tratou-se logo de organizar legislativamente um sistema de educação pública. A nacionalização do ensino pressupõe a existência de um corpo de mestres preparados, tendo sido necessário que providenciasse’ a sua formação. No ano de 1794, na França, a lei Lakanal, de 17 de novembro, criava juridicamente as escolas normais para o preparo de professores. Em 1810 fundou-se uma primeira escola normal em Estrasburgo, no leste da França,  e, em Königsberg (capital da província russa homônima, enclave russo entre a Polónia e a Lituânia), neste mesmo ano, Herbart fundava um seminário pedagógico com uma escola primária de experimentação e aplicação; esta, mais tarde, considerada imprescindível em todas as escolas normais.

A Evolução da Educação no Brasil

No Brasil, após a independência e a criação do Império brasileiro, houve a convocação de uma assembleia constituinte, seguindo as ideias mais progressistas trazidas da Europa. A tradição absolutista da Coroa portuguesa, em que fora educado nosso primeiro imperador, porém, levou a conflitos que acabaram com a dissolução da assembleia constituinte e a formação de uma comissão de sua pessoal confiança que elaborou o projeto da lei máxima do país. A primeira constituição brasileira foi, portanto, outorgada, em 1824, por D.Pedro I. Em seu título 8° afirmava – no artigo 179 - que a inviolabilidade dos direitos civis e políticos dos cidadãos brasileiros seria garantida entre outras coisas pela educação, citada nos itens XXXII: "A instrução primária é gratuita a todos os cidadãos" e XXXIII: ''Colégios e Universidades aonde serão ensinados os elementos das Ciências,Belas Letras e Artes". Reconhecia-se oficialmente a importância de se educar a população do novo império.
No Brasil, o primeiro a primeira escola normal foi criada em 1835. Segundo Primitivo Moacir, em Minas Gerais; segundo Heloisa Vilela, neste mesmo ano, em Niterói, capital da província do Rio de Janeiro – foram possivelmente ambos desta data.

A Educação Baiana e a Criação do atual ICEIA

Em 14 de abril de 1836, a lei n° 37 criou a Escola Normal da Bahia (instalada, em 7 de outubro de 1841, no Teatro São João, localizado no Distrito da Sé no Bairro de Nazaré, embora as aulas tivessem começado a 26 de março de 1842, numa casa hoje não mais existente, da antiga rua do Colégio, esquina para a rua das Campeias).
A maior demora para o início de funcionamento da Escola Normal deveu-se ao envio de professores à França para que fossem treinados na Escola Normal, que formava futuros professores, a fim de que pudessem aplicar aqui as mais recentes metodologias desenvolvidas neste campo. No início de fevereiro de 1841, o presidente da província informava à assembleia legislativa já terem voltado da França, com as respectivas habilitações e seus diplomas, os indivíduos que visavam ser professores da Escola Normal, mas o local para o funcionamento das aulas não estava ainda arranjado, por não ser próprio um dos salões do teatro, como havia sido anteriormente designado. Seu primeiro diretor foi João Alves Portela, que frequentara a Escola Normal de Paris, com estudos custeados pelos cofres provinciais.
O presidente de província, em 1842, afirmou já estarem prontos os arranjos necessários e que a Escola Normal deveria iniciar seus trabalhos em março de 1842.
O curso normal era de um ano, ministrado inicialmente em duas cadeiras: uma mais voltada a procedimentos didáticos, tratava de ensino mútuo e outra, mais de conteúdos, cuidava de leitura, caligrafia, aritmética, desenho linear, princípios da doutrina cristã, gramática filosófica da língua portuguesa com exercícios de análise e imitação dos clássicos.
A Bahia acompanhava assim as mais progressistas correntes pedagógicas da época, que preconizavam formação específica para os mestres e educadores e sugeriam a adoção do ensino mútuo onde não houvesse bastante professores, tomando o poder público a iniciativa neste sentido.
As aulas do ensino primário deveriam continuar sendo de ensino mútuo (ensino através de monitores mais preparados a colegas menos preparados) nos lugares em que se tivesse cem ou mais alunos e de ensino simultâneo (várias séries na mesma), onde houvesse menor concorrência.
Em 2 de agosto de 1850, foi feita uma lei provincial, de n° 403, referente ao ensino e, mais especificamente, à formação de professores. Tal lei elevava a dois anos o curso do professorado e criava a Escola Normal para senhoras, no mesmo prédio da de homens e subordinada ao mesmo diretor, alternadas as lições para os dois sexos. Em um dia, tinham aulas os rapazes, no outro, as moças. Note-se que tal expediente reduzia pela metade os dias de aula semanais, ficando o curso, para cada sexo, com a carga horária de apenas um ano no total.
Desde o início de suas aulas, em 1842, até o ano de 1852, habilitaram-se na Escola Normal baiana para o magistério, 68 alunos e 24 alunas, 92 professores graduados ao todo, numa média de nove novos mestres por ano.
Os governantes demonstravam, com frequência, uma preocupação com a atualização de métodos pedagógicos.
João Maurício Wanderley, na segunda vez em que ocupou o cargo de presidente da província na Bahia, de 1854 a 1855, introduziu ai o Método Castilho, também conhecido como da leitura repentina (é um método de ensino infantil da leitura baseado na utilização de uma cartilha). Foi desenvolvido por António Feliciano de Castilho.
Em 1881, determinou que as Escolas Normais fossem externatos, que em cada uma delas houvesse uma escola primária anexa regida pelo professor de ensino prático de métodos, reforçando a lei 1335/73, e que o curso normal se fizesse em 3 anos. Pela primeira vez, foram introduzidas as Ciências Naturais no currículo.
A Escola Normal, depois unificada, teve continuidade até os nossos dias. Embora tenha sofrido reformas e mudanças de nome. É, hoje, desde 1968, o Instituto Central de Educação Isaías Alves em homenagem ao professor e psicólogo Isaías Alves de Almeida, localizado no Barbalho. Apenas com a República é que surgirão na Bahia outras escolas - públicas no interior do estado, particulares e religiosas - voltadas à formação de professores.
O ICEIA como é chamado o Instituto Central de Educação Isaías Alves, atualmente oferece o Ensino Médio, Curso Normal (antigo magistério), Curso de Técnico em Informática e o Curso do Ensino Médio – Jovens e Adultos III (EJA III).